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Oferta e demanda do feijão comum cores
A temporada 2020/21, encerrou com um pequeno estoque de passagem. Para agravar a situação, no Paraná, estado responsável por boa parte do abastecimento interno, as lavouras foram prejudicadas pelas condições climáticas adversas, ocasionando uma expressiva queda na produtividade e na qualidade do grão, mantendo os preços firmes.
A partir de meados de janeiro, com a intensificação da colheita em Minas Gerais e Goiás, esperava-se que a oferta de mercadoria extra aumentaria, pressionando as cotações para baixo. No entanto, a oferta de feijão-comum cores vem sendo formada basicamente de grão comercial, e a maior parte dos problemas é de qualidade nos grãos, colhidos durante o período chuvoso. Essa situação provocou uma significativa alta nos preços a partir da primeira semana de fevereiro, com os produtores administrando ao máximo suas reservas, visando uma maior valorização do produto e, por outro lado, os compradores adquirindo apenas o suficiente para cumprir os pedidos.
Em março e abril, o mercado continuou aquecido, e passou por uma forte oscilação positiva de preços em virtude da menor oferta e necessidade de reposição de estoques por meio das redes varejista/atacadista. Em maio, até meados do mês, a menor oferta de feijão-comum cores devido aos atrasos na colheita por problemas climáticos no Sul do país provocou expressiva elevação nos preços. Posteriormente, mesmo diante dos problemas em questão, os preços seguiram em trajetória de queda, ocasionado pelo avanço da colheita no Paraná, maior estado produtor.
No entanto, a partir de 27 de maio, as chuvas retornaram no Paraná, e se intensificaram nos dias seguintes, interrompendo a colheita. Essa situação provocou muita especulação e forte valorização dos preços durante a primeira semana de junho. Todavia, a partir de meados de junho o mercado ficou calmo. A expectativa é que os preços não apresentem maiores incrementos como os verificados no início de junho, em razão do expressivo volume da produção que está sendo colhido nesta segunda safra, cuja colheita se encerra no início de julho.
De modo geral, o clima está favorecendo o desenvolvimento da safra, acima mencionada, em praticamente todas as regiões produtoras do país. Na Região Nordeste, a quadra invernosa, que começou em janeiro, é considerada muito boa quanto aos índices pluviométricos e à distribuição, mas por conta dos plantios atrasados em algumas localidades e das diversas fases em que se encontram as lavouras é necessário aguardar até o próximo levantamento de campo, previsto para agosto, para a consolidação da safra.
A produção estimada para a segunda safra de feijão-comum cores é de 577,3 mil toneladas, suficiente para atender ao abastecimento interno até boa parte de julho. Cabe frisar que a oferta do produto extra e intermediário continua escassa, devendo ser incrementada a partir de julho, com a intensificação das colheitas das áreas irrigadas nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste do país.
Quanto a terceira safra, o clima está favorável ao desenvolvimento das lavouras, notadamente as conduzidas no regime de sequeiro, que atravessam o estágio final de desenvolvimento vegetativo. Em julho, o feijão-comum cores entra em floração, período crítico das lavouras, quando as plantas mais se ressentem da falta de água. Se tudo correr bem, como vem acontecendo, a safra será boa e contribuirá, de forma significativa, para o abastecimento do país de agosto a outubro, quando começa a entrar no mercado a produção da primeira safra ou safra das águas, no Sul do país.
Portanto, embora a pesquisa da Conab sinalize um quadro folgado de abastecimento, as condições climáticas em julho serão de suma importância para as culturas conduzidas no regime de sequeiro, uma vez que, naquele mês, quase a totalidade das lavouras entra no estágio de floração, período muito exigente em água.
Fonte: Conab
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